DAR O DITO PELO NÃO DITO…

Na passada semana, Carlos Carreiras, em artigo de opinião publicado no Jornal i, assume uma feroz crítica ao Governo e muito especialmente ao seu muito dilecto amigo e ministro Miguel Relvas a propósito da reforma administrativa em curso.
Subscrevo e aplaudo as críticas formuladas por Carlos Carreiras.
Nem acho interessante colocar o enfoque na alteração profunda de opinião de Carlos Carreiras sobre esta matéria ao longo do último ano.
De defensor acérrimo da reforma, ao ponto de propor contra tudo e principalmente contra todos a sua aplicação em Cascais, com a redução de uma ou duas freguesias entre as seis existentes, até à recente defesa intransigente de não diminuição de freguesias e o ataque feroz à Unidade Técnica do Ministério que propõe a redução de freguesias em Cascais, Carlos Carreiras deu uma volta de 180 graus nas suas convicções expressas e assumidas.
Não me parece relevante.
Carlos Carreiras mudou de opinião.
E depois? Diz o velho ditado que só os burros não mudam de opinião, e Carlos Carreiras pode até ter muitos defeitos mas ser burro não é de certeza um deles!
Já a coerência de Carlos Carreiras, ajustar os actos às palavras, deixa muito a desejar.
Carlos Carreiras quer muito ser Presidente de Câmara de Cascais.
Para atingir esse objectivo, iniciou uma caminhada há sete anos e fez tudo o que estava ao seu alcance para tornar o objectivo realidade. Quando quase todos os passos foram dados, com nomeação deliberada pelo PSD como futuro candidato a Cascais, seria catastrófico para ele ser vitima da má imagem do Governo PSD e perder as eleições em Cascais.
Como S. Pedro com Jesus, Carlos Carreiras irá no próximo ano negar muitas mais vezes este governo.
Ora regressando à coerência de Carlos Carreiras,  o que torna o seu discurso  pífio é a constatação de que as palavras têm valor para ser aplicadas aos outros mas perdem relevância para ser aplicadas nos seus actos de gestão na Câmara de Cascais.
Carlos Carreiras apressou-se a fazer a fusão das Agências e das Empresas Municipais em Cascais mas, desse “corajoso” acto não resultou a redução nem de meio funcionário!
E se os há em demasia no universo da Câmara Municipal de Cascais…
Aquilo que deveria ser um esforço de racionalização de recursos resultou num brutal aumento de custos para mudar todo o estacionário e a imagem das novas empresas resultantes da atabalhoada fusão promovida.
Um amigo meu, jornalista, confidenciava-me ontem que era uma vergonha a Câmara de Cascais ter 40 funcionários contratados para fazer a revista que edita com periodicidade mensal para promover a imagem do actual Presidente da Câmara. Dizia mais, com 40 funcionários, há muito jornal diário que não os tem, contando com a Administração! Tem razão este meu amigo e acompanho-o na indignação. Mas, tenhamos consciência que existem 40 funcionários contratados para fazer uma revista mas a revista não é feita por esses 40 …
Neste frenesim de pagar favores com contratos de trabalho resultou muito “trabalhador indigente” em Cascais.
Acredito que entre Agências, Empresas Municipais, Assessores de Gabinetes do Presidente e de Vereadores há seguramente mais de 300 pessoas cuja produtividade é zero. Se cada um custar entre vencimentos, viaturas e telemóveis 14.000 €/ano podemos concluir que os nossos impostos estão a suportar um encargo superior a 4 milhões de euros por ano! É muito!
Mesmo com mudanças de opinião que se sintonizem com as da população, o objectivo Presidencial de Carlos Carreiras corre sério perigo.
Há quem defenda que a Política se faz com a defesa de ideias, com genuinidade e coragem de pensamento.
Os políticos de hoje, tendem a confundir isso com o dizer aquilo que a população quer ouvir. Isto não é política, é politiquice!
Carlos Carreiras com a ânsia cega de ser eleito em 2013, há muito que resvalou para a politiquice.
Tenho pena que o PSD em Cascais tenha sido tomado por politiqueiros…

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