E SE A ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CASCAIS DEIXAR DE FAZER DE CONTA?



A memória não pode ser curta.
O que se passou com a aprovação do PPRUCS é demasiado grave e demonstrador do pântano em que vivemos mas que não podemos deixar que este crime seja branqueado, esquecido, relevado!
Plano de Pormenor Sul de Carcavelos
A operação subjacente a este Plano sempre foi discutível. Helena Roseta tomou o primeiro ato administrativo que viria a criar a ideia de irreversibilidade mas Dargent sempre teve muitas dúvidas e empurrou com a barriga, Judas tentou mas a onda de crítica da população foi tal que o fez desistir, Capucho também não mostrou muito entusiasmo em resolver este assunto e Carlos Carreiras, com o seu estilo “Aqui quem manda sou eu” resolveu aprovar este Plano antes do final do seu mandato mas com a garantia que os seus efeitos visíveis não seriam escolho para a sua reeleição… Fica-nos a dúvida do que terá tido maior peso na sua obstinada decisão: o medo de eventual indeminizações a pagar aos detentores do terreno ou a necessidade de ser “amigo” da empresa Alves Ribeiro…
E explico o porquê da dúvida. Como é sabido Carreiras para ter a Business School em Carcavelos expropriou por 162.000 € um terreno avaliado em 8 milhões. Aqui já não parece haver medo das indemnizações ou a diferença está em que a Alves Ribeiro não dispõe de mais terrenos no concelho e os donos do terreno onde a escola está a ser construída têm mais uma série de terrenos que por via de alterações do PDM podem passar a valer muito dinheiro?
Mais de 900 fogos, da estação da CP até à Marginal em Carcavelos. Um crime urbanístico, não encontro outro nome. O impacto na rede viária circundante, o potencial efeito nocivo nos ventos e as consequências catastróficas na praia.
Business School de Carcavelos
Depois o efeito cumulativo da construção do polo da Universidade. A juntar a esta “festa” vêm mais 3 a cinco mil utentes.
Conseguem imaginar o “paraíso automóvel” que a Marginal em Carcavelos vai ser em breve?  
Há no entanto um outro aspeto que deve ser abordado e que no meu entendimento não é de menor importância – o funcionamento dos órgãos autárquicos e a sua falta de democraticidade.
Vivemos numa democracia participativa. Elegemos pessoas, que se apresentam em listas, de Partidos ou de Independentes, e que são eleitos por método de Hondt.
A composição dos órgãos resultam da aplicação destas regras e supostamente representam a composição das várias vontades dos eleitores.
No processo de aprovação do PPERUCS aconteceram coisas que numa sociedade de respeito pelos outros não deveriam acontecer.
A Assembleia da União de Freguesias de Carcavelos e Parede aprovou um voto de rejeição do PPERUCS e encarregou a Presidente da Junta, Zilda Costa e Silva, que dispõe de um lugar na Assembleia Municipal de Cascais por inerência, a votar em conformidade com a decisão da Assembleia de Freguesia.
Qual não é o espanto quando se verifica que Zilda Costa e Silva preza mais a orientação do seu chefe Partidário do que a que os representantes dos eleitores da sua freguesia a encarregaram de fazer!
Um outro membro da Assembleia Municipal, eleito também pela maioria VivaCascais e morador em Carcavelos, ao demonstrar vontade de votar contra o PPERUCS, logo foi “convidado” a pedir a suspensão do seu mandato e por essa via ser substituído por outro que estivesse na disposição de votar a favor! Este deputado municipal é funcionário superior de um organismo da administração central. Na altura em que isto se passa, governo do PSD, Carlos Carreiras Vice Presidente do PSD, percebe-se o risco que a carreira profissional corria…
Isto é o retrato da atual Assembleia Municipal de Cascais. Uma maioria de gente dependente profissionalmente de empresas municipais ou de organismos do Estado e que mais não pode fazer que cumprir as orientações emanadas por Carlos Carreiras!
Não podemos perpetuar mais este estado de coisas!
É preciso ter a consciência de escolher. E escolher bem!
Sei que o cansaço de lutar contra moinhos de vento vai criando desistências, “os políticos são todos a mesma coisa”…
Para mudar, para ter sucesso a mudar, é preciso não desistir.
Precisamos escolher pessoas para os Órgãos Autárquicos que sejam verdadeiramente livres, que não estejam dependentes de agradar a este ou àquele para garantir o emprego, que sejam capazes de assumir como único compromisso representar as pessoas que o elegeram!
A democracia, por definição de Winston Churchill, “é a pior de todas as formas de governo, excetuando-se as demais”.

Se queremos continuar a viver em democracia temos que fazer mais, porque este caminho que levamos é tudo menos democracia!

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